CPMI do INSS é instalada para investigar fraudes bilionárias em meio a disputa política

Investigação deve abarcar período a partir de 1991 até e mira falhas institucionais

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social ( INSS), foi oficialmente instalada no dia 20 de agosto de 2025 para investigar um esquema bilionário de fraudes em benefícios previdenciários, que impactou milhares de beneficiários em todo o país. As investigações devem apurar a origem dos descontos indevidos em aposentadorias e pensões, desde a gestão no governo Bolsonaro (2019), e se estendem até a atual, no governo Lula (2025), além de propor medidas para evitar que os crimes se repitam. abrangem.

Desenvolvimento

A condução da CPMI ficou a cargo da oposição, com a eleição do senador Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência e do deputado Alfredo Gaspar (União-AL) como relator, ambos de oposição ao governo. O vice-presidente é o deputado Duarte Jr. (PSB-MA), por sua vez é aliado do governo. Ao todo, um colegiado de 32 parlamentares devem encabeçar o processo de investigações. Desses, 16 senadores e 16 deputados federais, com equilíbrio entre aliados e oposicionistas ao governo Lula.

O presidente, Carlos Viana, prometeu uma investigação “dura e implacável”, sem “bandidos de estimação” e sem “passar pano” para os responsáveis, independentemente de filiação partidária. O relator, Alfredo Gaspar, concordou, afirmando que a CPMI tem a missão de investigar, dar a devida resposta e garantir a punição.

O plano de trabalho da comissão prevê a convocação de ex-ministros da Previdência e ex-presidentes do INSS para prestar depoimentos, além de um mapeamento do esquema, rastreamento do dinheiro e a análise de falhas institucionais e dos mecanismos de controle.

Rombo

Dados da Controladoria-Geral da União (CGU) estima que as fraudes causaram um prejuízo de cerca de R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A investigação não se limitará a esse período, podendo remontar a 1991, um período que, segundo o relator, é necessário investigar para desvendar a profundidade da fraude.

A criação da CPMI é encarada como parte da disputa política para as eleições de 2026 e nesse cenário, governo e  oposição trocam acusações de omissão e responsabilidade em relação as fraudes. A oposição acusa o governo atual de não ter coibido os crimes, enquanto os governistas afirmam que o esquema começou no governo anterior e que houve omissão de Jair Bolsonaro, que sabia dos fatos mas não agiu.

Um caso icônico desse enfrentamento foi apontado pelos deputados federais Alencar Santana (PT/SP) e Rogério Correia (PT/MG), na terça-feira (26/Ago), durante sessão da CPMI, foi a entrevista do senador Izalci Lucas (PL/DF) que em maio desse ano, afirmou em entrevista à CNN Brasil ,juntamente com Santana, que as fraudes foram levadas pelo parlamentar [Izalci Lucas] ao então presidente, Jair Messias Bolsonaro (PL/RJ).

 

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