Apesar de avaliar que seria “ótimo” aprovar neste ano uma reforma da Previdência, o presidente eleito Jair Bolsonaro teme ser derrotado antes mesmo de assumir e decidiu avaliar se vale a pena politicamente votar a reforma da Previdência Social ainda em 2018.
“O presidente Bolsonaro vai avaliar se vale a pena correr o risco, se é viável com o atual Congresso. Seria ótimo aprovar a reforma da Previdência ainda neste ano, mas não podemos perder antes mesmo de tomar posse, seria um desgaste desnecessário”, afirmou ao blog o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão.
Bolsonaro chegou a dizer que queria aprovar pelo menos uma parte da proposta de reforma da Previdência encaminhada ao Congresso pelo presidente Michel Temer. Na reunião de terça-feira (30), com sua equipe, ele ouviu do seu futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que seria ideal primeiro avaliar se o atual Congresso realmente está disposto a aprovar a medida.
Depois do encontro, a decisão foi verificar o ânimo do Congresso em relação ao tema. Como cerca de metade da Câmara dos Deputados não foi reeleita, esses parlamentares podem não estar dispostos a votar uma medida considerada impopular, mas que é essencial para o reequilíbrio das contas públicas. O próximo Congresso, na avaliação de Lorenzoni, é mais favorável ao presidente eleito e talvez seja melhor aguardar a posse para encaminhar o tema para aprovação no Legislativo.
A reunião de ontem serviu também, segundo o general Mourão, para a equipe acertar o discurso, porque, “como é natural no início de um período de transição”, estava havendo divergência pública na equipe do presidente eleito.
Nesta quarta-feira (31), o futuro ministro da Casa Civil irá se encontrar com o atual, Eliseu Padilha, para começar a tratar da equipe de transição. Na próxima semana, Bolsonaro irá a Brasília e poderá já anunciar sua futura equipe. O desenho do ministério está praticamente definido e terá entre 15 e 16 pastas.
Além dos nomes já confirmados, o general Oswaldo Ferreira deve ocupar a futura pasta da Infraestrutura. Na área educacional, o Ministério da Educação deve perder a responsabilidade pelo ensino superior, que seria transferido para o Ministério de Ciência e Tecnologia.
Fonte: G1